Natural de Anacetaba, atual município de São Gonçalo do Amarante, Waldemar de Alcântara nasceu no dia 12 de abril de 1912. Em 1928, aos 16 anos, veio para Fortaleza aprimorar os estudos no tradicional Colégio Castelo, no Liceu do Ceará e no antigo Colégio São João.
Desde de muito novo, ainda na cidade natal, Waldemar queria ser médico. Com esse objetivo, ao concluir os estudos em Fortaleza, seguiu para a Bahia onde foi admitido na Faculdade de Medicina da Universidade desse estado, formando-se em dezembro de 1938. Quando retornou ao Ceará fez especialização em cardiologia e em Saúde Pública.
Em 1940, Waldemar de Alcântara assumiu o cargo de médico sanitarista do Departamento de Saúde Pública do estado do Ceará. Em 1944, participou do grupo fundador do Instituto do Câncer do Ceará e, quatro anos depois, da criação da Faculdade de Medicina do estado, onde exerceu cátedra de Doenças Tropicais e Infecciosas.
As atividades que exerceu, ao longo da vida, como médico e político, foram bem diversificadas. Com relação ao Instituto do Câncer do Ceará, o médico Newton Gonçalves, em depoimento dado ao jornalista Blanchard Girão, assinala que: “mesmo nas épocas em que estava muito ocupado com a política, mesmo quando no exercício das mais altas funções legislativas ou administrativas, como deputado, senador, ou como Governador do Estado, ele nunca se desvinculou do Instituto. Chegava lá como uma pessoa comum, na sua camioneta particular, e vinha reunir-se conosco, em pé de igualdade com os demais. Estava ali o médico, na plenitude do seu fervor pela vocação de seu mister”.
Já como aposentado, continuou participando das reuniões do ICC. Waldemar de Alcântara foi o primeiro presidente do Instituto, exercendo esse cargo até sua morte, em 10 de dezembro de 1990.
Livino Virgínio Pinheiro (Livino Pinheiro)
Livino Pinheiro nasceu em Teffé, no estado do Amazonas, em 12 de novembro de 1905. No Seringal Santa Clara, lugar que lhe serviu de berço, conheceu as primeiras letras e foi instruído por um índio da tribo Paunari. Quando chegou ao Ceará, em 1915, estudou no colégio Miguel Borges e no Liceu do Ceará, além de dedicar-se ao aprendizado de outros idiomas, como o latim, o francês, o italiano e o espanhol.
Cursou medicina na Universidade Federal de Pernambuco, graduando-se em 1933. Da sua paixão pela literatura, surgiu um pequeno jornal, O Facho, voz da juventude idealista de 1930. Em 1937, retorna a fortaleza e faz especialização em dermatologia.
Livino Pinheiro teve participação decisiva na Fundação da Faculdade de Medicina do Ceará. Nessa época, uma das exigências do Ministério da Educação para o definitivo reconhecimento da recém-fundada instituição, era que tivesse uma cadeira de Anatomia e Fisiologia Patológicas. Entretanto, até então, não havia ninguém habilitado para ministrar a matéria e nenhum dos fundadores tinha inclinação para se dedicar a essa área.
Dessa forma, Livino Pinheiro aceitou o desafio e, com ajuda do empresário cearense Fernando Alencar Pinto, conseguiu uma bolsa para especialização em Anatomia e Fisiologia Patológicas, tornando-se o primeiro anátomo-patologista do Ceará e principal incentivador da área, no Estado.
Antes de dedicar-se, integralmente, à Faculdade de Medicina, Livino Pinheiro trabalhou na Assistência Municipal, no Instituto de Previdência do Estado do Ceará (IPEC), na legião Brasileira de Assistência e na Santa Casa de Misericórdia.
Faleceu no dia 13 de setembro de 1998, aos 92 anos.
Luiz Gonzaga da Silveira
Luiz Gonzaga da Silveira nasceu em São Benedito, Ceará, em 07 de março de 1907. Desde muito jovem, ansiava abraçar a carreira médica, mas, atendendo o desejo da família, matriculou-se no Colégio Militar de Fortaleza, em 1921, para se dedicar às Forças Armadas. Entretanto, dois anos depois, conseguiu permissão do pai e mudou-se para o Rio de Janeiro, onde estudou no Colégio Pedro II.
Em 1929, foi admitido na Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro, graduando-se médico, em 1932. Em seguida fez especialização em ginecologia e obstetrícia no Hospital Pro-Matre, Rio de Janeiro, e concluiu um curso de Cirurgia Torácica, no Hospital Miguel Pereira.
Além de participar da fundação do Instituto do Câncer do Ceará, Luiz Gonzaga Silveira foi sócio- fundador da Casa de Saúde São Raimundo, médico do Instituto de Previdência do Estado do Ceará e tesoureiro do Centro Médico Cearense. Como foi professor da Faculdade de Medicina do Ceará, foi titular da disciplina de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental, além de professor titular da Faculdade de Farmácia e Odontologia.
Defensor assíduo do aleitamento materno, Luiz Gonzaga da Silveira escreveu vários artigos sobre a importância da criação de um ambulatório destinado ao atendimento às gestantes, suprindo-as das necessárias orientações.
Aposentou-se aos 65 anos, passando a colaborar com o projeto Casa de Parto, criado pelo médico Galba Araújo, em parceria com a Maternidade-Escola Assis Chateaubriand. Faleceu no dia 18 de novembro de 1986.
Walter de Moura Cantídio
Walter Cantídio nasceu no dia 06 de novembro de 1913, em Apodi, Rio Grande do Norte. Sua vida estudantil transcorreu no Grupo Escolar 30 de setembro e no Ginásio Diocesano Santa Luzia, ambos em Mossoró, e no Ginásio Pernambucano, no Recife.
Walter Cantídio nasceu no dia 06 de novembro de 1913, em Apodi, Rio Grande do Norte. Sua vida estudantil transcorreu no Grupo Escolar 30 de setembro e no Ginásio Diocesano Santa Luzia, ambos em Mossoró, e no Ginásio Pernambucano, no Recife.
Em 1931, foi admitido na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pernambuco, onde se formou em 08 de dezembro de 1936. Especializou-se em dermatologia, com título expedido pela Associação Médica Brasileira e pelo Conselho Federal de Medicina.
Sempre objetivando aprimorar seus conhecimentos médicos, Walter Cantídio fez várias viagens de estudo a países como os Estados Unidos, Espanha, Itália, França, Porto Rico, Panamá e El Salvador.
Tido como um dos maiores incentivadores da criação da Faculdade de Medicina, Walter Cantídio, dedicou sua vida, em especial, à política universitária, chegando a assumir a diretoria da Faculdade de Medicina, em 1966, e a Reitoria da Universidade Federal do Ceará, entre 1971 e 1975.
Foi diretor do Instituto do Câncer, instituição que ajudou a criar e cujos passos sempre acompanhou de perto. Dentre as diversas instituições das quais participou, exercendo atividades administrativas e mesmo administrativas e mesmo presidência, destacam-se o Centro Médico Cearense, a Associação Brasileira de Dermatologia, o Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará e a Academia Cearense de Letras. Na administração pública, foi chefe do Departamento de Profilaxia da Lepra do Estado do Ceará, diretor do Departamento Estadual de Saúde e secretário de Estado dos Negócios da Fazenda e da Educação e Saúde.
Newton Teófilo Gonçalves
Natural do município de Acaraú, Ceará, Newton Gonçalves nasceu no dia 17 de setembro de 1917.
Em 1939, aos 22 anos, formou-se em Medicina pela Faculdade da Bahia, especializando-se em cirurgia. Trabalhou na Santa Casa de Misericórdia, além de exercer funções, como médico, na Marinha e Aeronáutica, participando também, ativamente, da Legião Brasileira de Assistência.
Foi um dos fundadores da Faculdade de Medicina do Ceará, em 1948, destacando sempre a importância da estruturação da biblioteca da instituição, onde foi professor da disciplina de Clínica Propedêutica Cirúrgica. Homem de poucas palavras, mas muito elegante e inteligente, Newton Gonçalves defendia o acesso igualitário à informação e a reciclagem profissional, como formas de valorização humana.
Apaixonado pela área cirúrgica, Newton Gonçalves comprava livros do exterior que pudessem guia-lo em seu aperfeiçoamento, além de intermediar a aquisição de obras para enriquecer o acervo da Faculdade de Medicina.
Os estudos tornaram-no, à época, um dos maiores especialistas em cirurgia torácica, pulmonar e de esôfago. Esses conhecimentos, aliados ao seu interesse pelo câncer, foram fundamentais no seu trabalho no ICC, onde colaborava na realização de cirurgias.
A paixão pelos livros rendeu-lhe, ainda, outros frutos: é patrono da cadeira n° 48 da Academia Cearense de Letras. Aposentou-se aos 82 anos, restringindo suas atividades às de escritor. Faleceu no dia 1° de junho de 1994.